quinta-feira, 7 de abril de 2011

Escritores da Vida

A periferia pede socorro, mas não para a polícia

Pois ela é a primeira a atirar.
Atirar contra o pobre que anda de madrugada
pelas quebradas da favela.
Indo para o trabalho morre sem saber de onde vem o tiro
que perfura sua cabeça.
Sua alma pede socorro, mas ninguém ajuda.

Com revolta muitos viram escritores da vida,
escrevem sobre a morte do amigo
ou de sua própria vida,
as lágrimas escorrem pelo rosto
e pingam no papel
e tudo que foi escrito
acaba manchando.

Com vergonha de mostrar a sua realidade
aquilo que foi escrito acaba indo para o lixo.

Sem saber, o escritor da vida, que suas palavras podem mudar outras vidas.

Maria Dayane

2 comentários:

canteiro de poesia 10 de abril de 2011 às 01:19  

O grito silêncioso que expressa através da poesia chegam aos ouvidos dos que não veem.. muito bom esse poema.

Eduardo Kawamura 13 de abril de 2011 às 22:05  

Um poema pesado, mas infelizmente, real.

Viver e ver o que é injusto. Mas, como diz o poeta Marcelo Yuka:

"paz sem voz, não é paz, é medo"

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