Escritores da Vida
A periferia pede socorro, mas não para a polícia
Pois ela é a primeira a atirar.
Atirar contra o pobre que anda de madrugada
pelas quebradas da favela.
Indo para o trabalho morre sem saber de onde vem o tiro
que perfura sua cabeça.
Sua alma pede socorro, mas ninguém ajuda.
Com revolta muitos viram escritores da vida,
escrevem sobre a morte do amigo
ou de sua própria vida,
as lágrimas escorrem pelo rosto
e pingam no papel
e tudo que foi escrito
acaba manchando.
Com vergonha de mostrar a sua realidade
aquilo que foi escrito acaba indo para o lixo.
Sem saber, o escritor da vida, que suas palavras podem mudar outras vidas.
Maria Dayane
2 comentários:
O grito silêncioso que expressa através da poesia chegam aos ouvidos dos que não veem.. muito bom esse poema.
Um poema pesado, mas infelizmente, real.
Viver e ver o que é injusto. Mas, como diz o poeta Marcelo Yuka:
"paz sem voz, não é paz, é medo"
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